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A Historia do Álbum de Comédia

Nos últimos mais de 100 anos, os comediantes têm gravado e reunido o seu material em álbuns para consagrar para sempre seu humor em formato de áudio. Alguns dos primeiros álbuns gravados para distribuição comercial foram álbuns de comédia. Por exemplo, várias coleções de contos humorísticos recitados pelo comediante de vaudeville Cal Stewart foram lançadas pela Edison Records já em 1898.

O álbum a ser considerado o primeiro álbum de comédia stand-up moderna é o The Future Lies Ahead, de Mort Sahl, gravado em 1958.  Esse álbum foi uma gravação da sua rotina de comédia em frente a uma audiência ao vivo, organizada pelo produtor de jazz Norman Granz. Em 1959, os álbuns de comédia tinham se tornado tão populares no Estados Unidos, que a Academia do Grammy criou uma categoria nova de “Melhor Álbum de Comédia”. 

O álbum de comédia do Bob Newhart, The Button-Down Mind, lançado no início de 1960 atingiu o primeiro lugar na tabela Billboard 200 para todas as gravações, incluindo música. Ficou no topo por 14 semanas. Só foi destronado mais tarde, no mesmo ano, pela sua sequência, The Button-Down Mind Strikes Back! Os dois álbuns ocuparam os dois primeiros lugares durante quase 30 semanas, um recorde que só foi superado em 1991 por Guns N’Roses!

Durante a década de 1960, o Estados Unidos presenciou uma explosão de álbuns de comédia. Artistas notáveis foram, entre outros, Nichols e May, Smothers Brothers, Jonathan Winters, Dick Gregory, Carl Reiner, Mel Brooks, Tom Lehrer, Bill Cosby, Lenny Bruce, Redd Foxx, Allan Sherman e Vaughn Meader.

Na década de 1970, os álbuns de comédia desenvolveram uma reputação por serem direcionados predominantemente à estudantes universitários, engajados à contra-cultura e por não veícularem na televisão. Artistas notáveis foram, entre outros, George Carlin, Cheech e Chong, Richard Pryor, Robert Klein, David Steinberg, Lily Tomlin, National Lampoon e Steve Martin.

O gênero do “one man show” no Brasil que é semelhante ao stand-up americano, foi introduzido no Brasil por José Vasconcellos na década de 50. Em 1960, ele gravou um disco de comedia pela Odeon, Eu Sou o Espetáculo, baseado no show do mesmo nome que apresentou por muitos anos em teatros pelo Brasil inteiro. Provavelmente foi o primeiro humorista a vender mais de 100 mil cópias de um LP do gênero. Seu sucesso abriu o caminho para que outras gravadoras investissem no segmento.

Durante as próximas três décadas e meia, o conceito do álbum de comedia foi extremamente popular no Brasil, com vários humoristas gravando os seus shows ao vivo para distribuição comercial com muito sucesso. Chico Anísio, Jô Soares, Costinha, Ary Toledo, Dercy Gonçalves, Juca Chaves e Zé Trindade fazem parte desse grupo de humoristas. Infelizmente, com a chegada do áudio digital na metade da década de 1990, o mercado de álbuns de comedia no Brasil desapareceu.

No entanto, com a explosão da comédia stand-up no Brasil nos anos 2000 e o advento do streaming, a demanda por comédia em formato de áudio disparou mais uma vez. Comediantes de todo o mundo estão lançando seus álbuns digitalmente em varejistas de áudio e plataformas de streaming como Apple Music, Spotify, Pandora, Deezer, Youtube Music e muito mais. A mídia digital deu aos comediantes e os consumidores acesso inigualáveis uns aos outros, fornecendo novos caminhos para distribuição e mais exposição para álbuns de comédia do que nunca.

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